Fique famoso cantando gospel!



Por Rafael Mutz Venuto


Essas regras são uma constatação pessoal do "valor médio" do louvor gospel brasileiro. Siga-as a risca e seja um sucesso instantâneo.


Fale pouco de Deus e de sua obra redentora... Mais ainda, faça as pessoas acreditarem que Deus é o Papai Noel dos adultos;


Vogais... seu refrão adora mais se tiver vogais, elas mostram sua espiritualidade e encobrem sua capacidade de criar refrões inteligentes."Ouaieoua" é algo que vai fazer todos sentirem o maior êxtase espiritual;


Leia Cantares, Jó, Ester e outros livros pouco lidos da Bíblia, faça uma salada com versículos desses livros... Junte em um refrão grudento;


Ministrações espontâneas... você precisa ter ministrações espontâneas, mesmo que você as ensaie e decore tudo o que vai falar, e fale sempre a mesma coisa no mesmo momento em todas suas ministrações;


Diga sempre que foi Deus quem te deu a música... isso tira de você o peso de não saber compor, e também te dá uma arma poderosa contra os que fizerem criticas... "Você ousa questionar Deus e o Espírito Santo?";


Fale em línguas... não importa se ninguém entende, isso mostra que você é muito espiritual. Se você não sabe falar, finja que fala..."rita lava saia", "ripa lá pra trás", "chupa bala halls" e "siri anda lá na praia" são bons exemplos de embromação;


Chuva é extravagante... sempre faça 5 musicas sobre chuva por cd;


Fogo e rio também são extravagantes... sempre peça pra Deus mandar fogo e te afogar no rio;


Por aplicação direta das 2 regras acima, se você pedir chuva de fogo, você será ungido(a) com a unção da face de leão marinho do norte, e rio de fogo com a unção do peixe boi sagrado. Cuidado, se você pedir fogo e depois chuva, a chuva apaga o fogo!;


Nunca leia a Bíblia... afinal ela pode condenar as idéias propagadas por suas músicas, leia caixinhas de promessas e Kenneth Hagin;


Faça atos proféticos... ignore o fato de que os profetas do Velho Testamento só faziam tais coisas por ordem de Deus. Ignore também o fato de que no VT os profetas faziam as coisas para ilustrar uma realidade espiritual, não para mudar a realidade espiritual;


Cante como a Ana Paula Valadão... Se não for possível, finja que é. Se não der para imitar a Ana Paula Valadão, ao menos imite a Nívea Soares. Se nem assim der, determine que você pode, afinal suas palavras têm poder (lembre-se: se a Bispa Sônia Hermandes pode desafinar diante de um microfone para milhares de pessoas, você também pode);


Shophar... você precisa de um, mesmo que não faça idéia do que seja um Shophar.

Dançarinas... arranje dançarinas, Tai chi chuan é uma boa alternativa. Quanto mais parecidas com mariposas, melhor;


Gravação ao vivo é extravagante... ninguém nunca pensou em fazer isso, vá e destrua os poderes satânicos em quixopó do norte com sua ministração profética de 15 minutos;


Compre um violão de 12 cordas, e tenha uma igreja em Contagem;


"Penteai a noiva"... é um bom nome par ministério de louvor extravagante, e soa bem melhor que dizer "fazei chapinha na noiva";


Role no chão durante as ministrações... Crê-se que o deus dos extravagantes se agrada dos que se portam como sofredores de epilepsia;


Coloque um pimenta do reino embaixo da língua... ninguém vai entender o que você canta, lembre-se: "gemidos inexprimíveis";


Durante a ministração, repare bem em tudo o que os outros estão fazendo...Qualquer atitude no sense extravagante deve ser copiada, ainda que você não faça idéia do porquê;


Compre CDs do hillsongs, hosanna music, Jason Upton e Vineyard... copie todas as músicas que derem para ser tocadas em sol maior. Aliás, toque todas em sol maior. Sol Maior é meu Pastor e nada me faltará;


Se você for um cantor gospel romântico decadente... invente uma visão, experiência, ou algo do tipo e diga que Deus revelou que você deve gravar só adoração [não mencione o fato do seu produtor ter te avisado que essa é a tendência do mercado, nem fale que você está desesperado para arranjar dinheiro pra ir pra Las Vegas]. Se funcionou para Michael W Smith vai funcionar pra você;

Você tem um objetivo: Ser extravagante;

Lembre-se: nunca venda um CD por menos de 25 reais... ou a gravadora não terá o dinheiro para fazer o jabá.


Fale mal de todo tipo de musica secular... A associe ao demônio e à falta de santidade. É preciso reduzir a concorrência com musicas de qualidade;


Emita barulhos estranhos e tenha atitudes esquizofrênicas... Todo tipo de comportamento alucinado pode ser facilmente dissimulado em manifestações do "poder de Deus";


Dissimule milagres... Objetos transformados em ouro voltaram à moda.

VEJA NA FONTE
VISITE O BLOG

QUANDO SOU JOIO E QUANDO SOU TRIGO


Graças a Deus, por Ele ter me permitido mesmo tardiamente, conhecer o “porquê” do preconceito que tinha contra os que não professavam a minha fé. Preconceito este, que durante muito tempo em minha vida encharcou-me a alma com a lama e o ranço da intolerância. Agora, aos meus sessenta e dois anos de idade, fazendo um retrospecto, cheguei à conclusão de que o meu coração foi preparado e adubado desde a mais tenra infância com um único propósito: o de conceber só as sementes do trigo. No resguardado campo do minha plantação, eu só podia admitir o trigo. Quanto ao joio eu aprendera a enxergá-lo só nos outros, concepção essa reforçada diuturnamente através dos alertas de minha mãe, que em tom ríspido falava: “Olhe, meu filho! Você é um crente ouviu? Não se misture em hipótese alguma com esses moleques de rua”.


Foi por esse tempo de minha formação juvenil, que de forma inconsciente, foi semeada no campo fértil do meu coração, uma sementezinha de joio, que fazia me ver como uma pessoa privilegiada, de primeira classe. Aprendi por essa época, como olhar as pessoas de classe inferior (os incrédulos) de soslaio, como quem enxerga um animal irracional. Enfim, era considerado pela minha comunidade religiosa como o trigo da parábola. No entanto, era junto aos moleques de ruas (tidos como joio) que eu fazia às escondidas, mil estripulias. A meu ver, secretamente, eu podia fazer de tudo junto à molecada. Contanto que os meus pais de nada soubessem, em minha imaginação, estava seguro do meu lugar no panteão das moradas celestes. A semente do joio representada pelo egoísmo, pela prepotência, pela estupidez, e pela mentira já tinha germinado em minha mente de criança, sem que eu e meus pais tivéssemos consciência. A santidade que diz: “separados do mundo”, vendara os meus olhos para não enxergar o óbvio. Assim como o apóstolo Pedro queria que os gentios se comportassem como judeus, quando ele mesmo às escondidas se servia de práticas pagãs, assim eu também me comportava. Na rua era um diabinho, e em casa um santinho da mamãe e do papai.


Lembro-me bem que entre meus “amiguinhos incrédulos” havia um “moleque” desbocado e de compleição física avantajada que acusávamos sempre de ser o culpado, quando nossas ações más eram descobertas pelos adultos. Ele era o nosso “bode expiatório”. Tudo que saia errado, dizíamos: é culpa daquele ali. E mandávamos o mesmo desaparecer desabaladamente, para não ter que dar satisfações ─, numa reedição daquilo que faziam os filhos de Israel na época de Moisés, quando transferiam os seus pecados para um bode que depois era solto para desaparecer sozinho pelo deserto inóspito.


Imaginem o que seria de muita gente graúda que hoje vive tirando onda de santinho, se não fosse o tal “bode expiatório?”. Só que essa gente se ilude ao pensar que o nosso semelhante escolhido para “bode expiatório”, tem o poder de retirar o joio de seus fingidos corações, deixando o trigo intacto.


Distante mais de meio século dos tempos de minha meninice, por incrível que pareça, ainda vejo pais e mestres (que no dizer de Paulo já deveriam se alimentar de sólidos) cantando a mesma ladainha: “Nós somos trigos, os outros são o joio”. Esse pressuposto foi explorado brilhantemente por Sartre ao cunhar a célebre frase: “
O inferno são os outros”.


Eu perguntaria ao nobre leitor:


Por acaso, o nosso roçado de trigo cercado com muros aparentemente indevassáveis, são realmente só de trigo?


Deus parece estar dizendo: “Oh! Que triste engano homem! O trigo é muito parecido com o joio, e ao teu débil olhar, parecem ser a mesma coisa”.


Seríamos tão mais convincentes e sinceros se admitíssemos que em nossas atitudes e racionalizações, ora somos trigos, ora somos joios. Mas algum leitor poderá contra-argumentar:


─ Sendo assim, estou diante de uma contradição, pois a Bíblia revela que de uma mesma fonte não pode jorrar água doce e água amargosa.


Se em cada pessoa só existisse um tipo de fonte ─ o leitor estaria com a razão.


Só que essa assertiva não resiste a uma boa análise, pois na realidade existem duas fontes: uma é a fonte de vida e outra a de morte ─, cada uma com seu tipo de líquido.


A história registra que alguns antigos ao reconhecerem a dualidade existencial, simbolizada pelo joio(metáfora do mal) e pelo trigo (metáfora do bem), imaginavam que o ser humano fosse possuidor de duas almas: uma boa e outra má. Assim é que Xenofonte em sua obra: “A Vida de Ciro”, sobre certo nobre persa de nome Araspe, o qual teve conduta errônea para com Pantéia, uma bela escrava, assim declamou: “
Ó Ciro, estou convencido que tenho duas almas; quando a alma boa domina passo a praticar ações nobres e virtuosas; mas quando a alma má predomina sou constrangido a praticar o mal. Tudo quanto posso dizer quanto ao momento é que minha alma boa é encorajada pela tua presença, tendo assim obtido o domínio sobre minha alma má”.


Uma versão cristã análoga a de Xenofonte, foi a que Paulo proferiu diante dos Romanos (7; 21): “
Acho então esta lei em mim, que mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo”.


A respeito do “trigo” ─ como metáfora do bem, e do que é verdadeiro; e do “joio” ─ como metáfora do mal e do que é falso, podemos assegurar que: quanto mais profunda for a espiritualidade do crente, maior será a sua percepção para entender esse conflito humano que fez o apóstolo Paulo num momento de arrebatadora intuição, assim se definir: “
Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?”(Rom 7: 24).

ARTIGO EXTRAÍDO DO BLOG ENSAIOS & PROSAS

DEZ REGRAS PRÁTICAS DO "AVIVAMENTO GOSPEL"


1.Ficar sempre atento à programação midiática gospel dos meios de comunicação, a fim de não faltar aos shows e congressos de avivamentos “inspirituais” programados em seu Estado. Se possível freqüente essas seções diariamente. Quanto ao estudo da Palavra, basta apenas aquela horinha na escola bíblica dominical.

2.
Não quebre a cabeça com estudos bíblicos demasiados longos, principalmente àqueles que exigem uma infinidade de obras para consultar, como livros de História, de Geografia, de Filosofia Cristã, de Teologia e outras “gias”, além de enciclopédias e dicionários. Nas livrarias gospel você já encontra tudo mastigadinho para o seu crescimento espiritual, sem necessidade de forçar a mente. Lá você pode adquirir pacotes de “pague 3 e leve 4”.

3.
Se tiver que decidir entre um “show de avivamento” e uma reunião de estudo bíblico, não vacile escolha o primeiro. Afinal, a nossa vida aqui é tão curta, e esse negócio de estudo pode prejudicar a saúde mental, principalmente daqueles que já ultrapassaram os 45 anos.. Veja e compare: aqueles que saem dos retetés de avivamento apresentam-se alegres e de faces radiantes, enquanto aqueles que saem do estudo das Escrituras Sagradas apresentam-se cabisbaixos, apáticos e com cenhos franzidos, como se tivessem acabado de assistir a uma sessão de tortura.

4.
Nos grandes congressos e festas gospel use ao máximo, o som esfuziante das bandas de forró, axé e frevo. Não deixe a multidão “paradona”. Incentive as palmas, os gritos dos bordões evangeliquês, os pula-pulas, os cai-cai, etc.

5.
Se você é o preletor oficial, nunca deixe de suar a camisa, e se possível o paletó. Nunca deixe de imprimir aquele vozeirão dramático e tonitruante. Se a platéia se mostrar fria, exerça os seus dons teatrais, como pulos, cambalhotas, sapateados e lançamentos de bíblias ou lenços, que você tão bem ensaiou.

6.
Não deixe de comprar em nossas livrarias, os famosos livros de marketing sobre pregações para multidões, como os recentemente publicados: “Como Inflamar as Multidões” ─ de Flamarion Nazareno; e o best-seller: "Cem Conselhos para Incendiar as Igrejas"─ de Pinto Sette e Caio Botafogo.

7.
Os organizadores dos shows de avivamento gospel, não podem em hipótese alguma, reservar muito tempo para a exposição da Palavra de Deus. Os sermões longos causam enfado e deixam as multidões sonolentas.

8.
É patente e notório que, se você quiser ganhar um maior número de almas para seu rebanho, deverá pregar mais sobre Apocalipse, enfatizando com cores fortes, o terror do fim do mundo e do inferno. As pessoas temem muito o castigo final, e consequentemente, vão procurar ligeirinho, uma igreja para se congregar.

9.
Não esqueça o que preconiza o marketing da “Hora do Apelo”. O mesmo deve ser executado com muito esmero. Intensa e solene dramatização, ao som de “corinhos” e de uma suave e crescente pressão dos auxiliares junto ao assustado pecador, para que “livremente”, ele se dirija ao púlpito, a fim de ser contabilizado para a honra e glória do pregador.

10.
Após o término dos shows, todos deverão procurar as nossas barracas de cds, vídeos, camisetas, revistas, sandálias, toalhas, pratos, chaveiros, bolsas e bonés com versículos bíblicos e emblemas judaico-cristãos, a fim de adquirir um ou mais objetos para se guardar como recordação. OBSERVAÇÃO: levem sempre algum dinheiro na carteira, pois não aceitamos cheques ou cartões de crédito.

ESTE ARTIGO FOI EXTRAÍDO DO BLOG ENSAIOS & PROSAS

USOS E COSTUMES: IMPOR OU NÃO IMPOR LIMITES?


Uma das questões mais controversas, pelo menos no meio assembleiano, são os usos e costumes (leia USOS E COSTUMES: QUESTÕES ASSEMBLEIANAS CONTEMPORÂNEAS). Acontece que entre igrejas batistas, presbiterianas e demais denominações, a discussão também está presente.

Outro dia, estava com alguns amigos presbíteros presbiterianos, e os mesmo falavam sobre um problema que estava acontecendo na igreja, onde um jovem resolveu usar brincos. Em outros lugares se discute sobre tatuagens, estilos de roupas, tipos e modelos de jóias que se deve ou não usar, uso de barba, bigode etc.

A prática pastoral nos revela que essa discussão nunca acabará. Sempre que algumas reivindicações e mudanças acontecerem, outras surgirão.

Visto que a Bíblia não impõem um modelo padrão para os usos e costumes cristãos, pois trata da questão sempre em seu contexto histórico-cultural, deixando apenas princípios para serem observados, cabe a seguinte pergunta: Os limites impostos (ou sugeridos) pelas lideranças ou pela cultura coletiva das igrejas são válidos? Devem ser observados? Em caso da não observação dos mesmos, esgostadas todas as tentativas de diálogo, deverá haver aplicação de disciplina? Até onde a liberdade cristã é permitida ou reprimida?

Sou favorável a imposição de limites dentro dos parâmetros e dos princípios bíblicos e cristãos , como sou também favorável a aplicação de disciplina nos casos extremos.

Todos nós precisamos de limites. Deus estabelece limites, o Estado, as empresas, as organizações públicas e privadas, as associações, a família etc. Qualquer relação entre pessoas precisa de limites claros. A falta de limites gera o caos, a desordem, o abuso.

Nossa natureza carnal não aceita limites, ela é transgressora, insaciável.

A Bíblia é clara que não devemos utilizar nossa liberdade cristã para dar ocasião à carne.

Entendo que nunca haverá consenso e unanimidade quando o assunto é
usos e costumes na igreja, mas, tendo como parâmetros os princípios bíblicos da boa conduta, comportamento e convivência, a posição e o entendimento da maioria (liderança, membros e congregados) deve prevalecer;

"Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão. [...] E toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios. Depois que eles terminaram, falou Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas palavras: [...]." (At 15.6, 12, 13) "Então, pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens notáveis entre os irmãos, [...]." (Atos 15.22) "Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais:" (At 15.28)

Um fato, é que na maioria das vezes os membros e congregados não participam das discussões. Percebam que até na escolha de um apóstolo a congregação participava;

"Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembléia de umas cento e vinte pessoas) e disse: [...]. É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo otempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se tornetestemunha conosco da sua ressurreição. Então, propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. [...] E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos. (At 1.15, 21-26)

O fato é que os "irmãos", em muitos lugares, vivem num regime de talibã, ditatorial, opressor, onde as decisões são impostas pelo clero (ou por seu sumo-pontífice), os questionamentos são vistos como atitudes rebeldes, e a mínima desobediência é punida com um "apedrejamento de palavras e ações exemplares". Não participam das decisões, nem de assembléias.

Tal atitude é tão insana quanto a de querer mudar os padrões de usos e costumes (onde ainda existem) sem nenhum objetivo relevante. É o mudar pelo mudar. É o egoísmo pessoal em detrimento do bem comunal. A libertinagem camuflada de liberdade cristã.

Sei que este tema para muitos não é relevante, principalmente para quem não sofre com isto, ou faz parte de um grupo opressor.

Em meio a toda essa discussão, a grande questão é: a mudança de hábitos, usos e costumes vai melhorar e aumentar nossa comunhão com Deus e com os irmãos? Nos tornará crentes mais envolvidos com a obra de Deus? Glorificará o nome do Senhor?

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." (1 Co 10.31)

ARTIGO EXTRAIDO DO BLOG PR. ALTAIR GERMANO

Reflexão sobre Marcos 1: 12-15


12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto,
13 onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam.
14 Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus,
15 dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.


O mesmo Espírito que repousou sobre Jesus, abrindo a possibilidade de sua permanência no interior do homem de maneira perene, levou Jesus para o deserto, onde passou um longo período (40 dias, conforme o relato de Mateus), onde foi tentado pelo diabo.

Muitas vezes em nossa vida estamos passando por desertos. Somos levados a pensar que estas provas ocorrem por falta de entendimento das coisas, por atitudes e decisões erradas e também por algum pecado não reconhecido, ou ainda por puro capricho de Deus. Mas esquecemos que esses períodos de deserto é onde a impossibilidade humana é escancarada e onde Deus mais atua imperceptivelmente. É o momento onde o “sentir Deus” deve ser substituído pelo “crer em Deus” de maneira clara e perseverante.

Quando lemos que o Espírito Santo o impeliu ao deserto, dá idéia de que esta decisão de ir para o deserto e ser tentado pelo diabo, já era algo planejado para que as forças da maldade pudessem se confrontar com um homem cheio do Espírito Santo, como descrito no versículo 13 que Ele estava com as feras naquele local. O fato dos anjos o servirem nesse contexto, vejo estreita relação com o descrito no Salmo 91, onde Davi discerne que Deus envia seus anjos para cuidar do homem que o teme, para que este não caia.

Em nosso período de deserto nos vemos sem chão. As direções a tomar poderão ser várias e o horizonte a vista é longínquo e árido, sem sinais de melhora. O sol castiga, a areia incomoda, as noites são frias e vazias, os perigos do deserto nos assustam. No entanto, Deus nos acompanha, mais próximo do que possamos perceber. E envia anjos conforme nossas necessidades para nos servir.

Enquanto João Batista pregava o arrependimento e o batismo nas águas para remissão dos pecados, Jesus após seu período de solidão no deserto, chega à Galiléia pregando o Evangelho de Deus, que consiste na anunciação da chegada de Seu Reino, no arrependimento e nas boas-novas.

Seria de se perguntar: como Jesus anuncia as boas novas com tanta convicção, antes de sua morte e ressurreição que são os eventos que sacramentam a obra vicária d’Ele em tirar o pecado do mundo?

Quando Jesus afirma que o tempo está cumprido, o faz porque o tempo é um fator inexistente no mundo espiritual. Para Deus, um dia é como mil anos e mil anos são como um dia. A bíblia narra que o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo, ou seja, antes que houvesse pecado no homem, Deus já havia provido a redenção definitiva.

No entanto, sendo o homem um ser sujeito a dimensão do tempo e em não possuindo o mente de Deus, fez-se necessário que a humanidade caminhasse e se desenvolvesse, evoluindo na compreensão das coisas para que de um estado apartado de Deus pelo pecado, pudesse Deus gradativamente aproximar-se do homem, inicialmente através de sacerdotes itinerantes, posteriormente a Abraão, depois a Moisés, ao povo de Israel, a Davi, aos profetas, e finalmente revelando-se plenamente em Jesus-homem.

O apóstolo Paulo afirma que tal manifestação de Deus entre os homens ocorreu na plenitude dos tempos, onde nada mais havia para ser revelado por Deus como ordenança, sendo sua encarnação em Cristo a apoteose divina na história da humanidade. Daí Jesus anunciar no início de seu ministério “o tempo está cumprido” e no final “está consumado” para situar na dimensão do tempo na terra a manifestação da redenção garantida por Deus ao homem antes da fundação do mundo.

Artigo extraído do blog JORNADA NO EVANGELHO

É inexplicável para ciência, mas a bíblia explica o porquê morremos



Existem algumas questões que a ciência tenta responder sem lograr êxito, mas uma particularmente o homem natural tem lutado desde os seus primórdios sem conseguir responder, pois de modo inexorável ela vem assolando a humanidade: a morte.
Desde a antiguidade e idade média os químicos da época os chamados alquimistas tentaram chegar a uma forma para prolongar a vida o chamado elixir da juventude que conduziria o homem a vida eterna. Muitos dos quais morreram durante a realização destes experimentos.
Biologicamente nossas células deveriam continuar se renovando eternamente pelos processos de meiose e mitose, mas o que ocorre de fato é que aos poucos envelhecemos e morremos. A ciência tenta explicar, entender e anular a ação dos radicais livres que "oxidam" as células produzindo o processo de entropia que leva a morte, porém não conseguirão equacionar e resolver este problema, mas por quê?
A bíblia sagrada explica claramente o porquê morremos. O apóstolo Paulo ao escrever aos Romanos apontou o real motivo dizendo: "Porque o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Quando Adão e Eva estavam no Éden foram alertados para permanecer tendo comunhão com Deus deveriam obedecer a uma única ordem: "E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." Infelizmente, o homem e a mulher foram enganados pela serpente (o diabo) desobedeceram (pecaram) e perderam sua comunhão com Deus e como resultado além de serem expulsos do Éden foram condenados a morte por sua transgressão não somente eles, mas todos seus descendentes (Rm 5.12).
O SENHOR após a queda imediatamente produziu a primeira profecia (Gn 3.15) na qual prometia um descendente à mulher que iria vencer a serpente. Os profetas durante muitos séculos profetizaram o seu nascimento e ministério até que Jesus nosso salvador nasceu, cresceu e cumpriu seu ministério sem pecar oferecendo a si próprio como resgate dos nossos pecados. Agora temos novamente livre acesso ao Senhor mediante Cristo Jesus estávamos condenados a morte pelos nossos pecados, mas o Senhor Jesus pagou o preço que não poderíamos pagar. Quanto à morte depois da segunda vinda de Cristo para buscar a sua igreja, da grande tribulação e do milênio será exterminada (Ap 20.14). A bíblia diz que Deus limpará de nossos olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor (Ap 21.4). Maranata! Ora vem SENHOR Jesus!

ESTE ARTIGO FOI EXTRAÍDO DO BLOG: "BLOG DO MARCELO OLIVEIRA"

Usar jóias é pecado?

O que me motivou a postar este breve estudo, foi uma diferença de opiniões na igreja onde congregava.

Como somos cristãos, e não podemos ensinar além do que está escrito, quero trazer aqui uma visão completamente bíblica com relação ao uso de jóias nos AT e NT, visto que o segundo faz referência ao primeiro.
Não serei muito profundo, pois sou apenas um leitor da Bíblia, e não tenho nenhuma formação teológica.
Uso a linguagem que falo, simples, mas se alcançar o entendimento do leitor, já estarei satisfeito e terei o meu alvo alcançado.

As jóias, ou adornos, no AT, eram citados por Deus, mostrando o seu cuidado e amor que tinha com o seu povo, e nesses casos ele comparava o uso das jóias para uma má finalidade da parte do povo, como pecado e muitas vezes, idolatria.

Nas passagens que serão citadas, o veja se Senhor condena o uso de jóias, observe que, em sua alegoria no livro de Ezequiel 16, ele mesmo as dá à jovem que representa o povo de Israel. Como conseqüência da prostituição (e esta sim é condenada) a jovem, que representa o povo, utiliza as jóias dadas por Ele, para uma má finalidade.

Aqui estão os textos:

Ezequiel 16.4-19
4 E, quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar; nem tampouco foste esfregada com sal, nem envolta em faixas.
5
Não se apiedou de ti olho algum, para te fazer alguma coisa disto, compadecendo-se de ti; antes foste lançada em pleno campo, pelo nojo da tua pessoa, no dia em que nasceste.
6
E, passando eu junto de ti, vi-te a revolver-te no teu sangue, e disse-te: Ainda que estejas no teu sangue, vive; sim, disse-te: Ainda que estejas no teu sangue, vive.
7
Eu te fiz multiplicar como o renovo do campo, e cresceste, e te engrandeceste, e chegaste à grande formosura; avultaram os seios, e cresceu o teu cabelo; mas estavas nua e descoberta.
8
E, passando eu junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a aba do meu manto, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor Deus, e tu ficaste sendo minha.
9
Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo.
10
E te vesti com roupas bordadas, e te calcei com pele de texugo, e te cingi com linho fino, e te cobri de seda.
11
E te enfeitei com adornos, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao redor do teu pescoço.
12
E te pus um pendente na testa, e brincos nas orelhas, e uma coroa de glória na cabeça.
13
E assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, e de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farinha, e mel e azeite; e foste formosa em extremo, e foste próspera, até chegares a realeza.
14
E correu de ti a tua fama entre os gentios, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor Deus.
15
Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele.
16
E tomaste dos teus vestidos, e fizeste lugares altos pintados de diversas cores, e te prostituíste sobre eles, como nunca sucedera, nem sucederá.
17
E tomaste as tuas jóias de enfeite, que eu te dei do meu ouro e da minha prata, e fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas.
18
E tomaste os teus vestidos bordados, e as cobriste; e o meu azeite e o meu perfume puseste diante delas.
19
E o meu pão que te dei, a flor de farinha, e o azeite e o mel com que eu te sustentava, também puseste diante delas em cheiro suave; e assim foi, diz o Senhor Deus.

Em Isaias, temos um texto também muito usado por líderes que condenam o uso de jóias.

Isaias 3.16-26

16 Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião se exaltam, e andam com o pescoço erguido, lançando olhares impudentes; e quando andam, caminham afetadamente, fazendo um tilintar com os seus pés;
17
Portanto o Senhor fará tinhoso o alto da cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a descoberto a sua nudez,
18
Naquele dia tirará o Senhor os ornamentos dos pés, e as toucas, e adornos em forma de lua,
19
Os pendentes, e os braceletes, as estolas,
20
Os gorros, e os ornamentos das pernas, e os cintos e as caixinhas de perfumes, e os brincos,
21
Os anéis, e as jóias do nariz,
22
Os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e as bolsas.
23
Os espelhos, e o linho finíssimo, e os turbantes, e os véus.
24
E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro; e por cinto uma corda; e em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, pano de saco; e queimadura em lugar de formosura.
25
Teus homens cairão à espada e teus poderosos na peleja.
26
E as suas portas gemerão e prantearão; e ela, desolada, se assentará no chão.

Quem se utiliza deste texto para proibir o uso de jóias, deveria não usar espelhos (vs.23), nem cintos (vs.24). Este texto definitivamente não serve para formular doutrinas, visto que o Senhor está tirando tudo de que as jovens se agradam, e que são coisas boas, por causa do seu pecado. Até mesmo Paulo, se entendesse desta forma este texto, jamais teria recomendado o uso do véu às irmãs de Corinto (1 Co 11. 5-6), pois no texto referido o véu também é “tirado” por Deus.

No antigo testamento ainda temos outras referências, leia e tire as suas próprias conclusões. Pode Deus comparar as suas dádivas a algo pecaminoso ou ruim? Poderia Deus representá-las por coisas que lhe desagradam?
De forma simples e resumida, podemos entender que quando Deus queria representar as bênçãos dadas ao seu povo, ele dava a eles adornos, e quando queria mostrar o seu juízo, tirava deles os adornos, que eram sinal de riqueza.

Outras referências:

Jer 2:32 - Porventura se esquece a virgem dos seus enfeites, ou a noiva dos seus adornos? Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias.

Gen 24:53 - E tirou o servo jóias de prata e jóias de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu coisas preciosas a seu irmão e à sua mãe.

Exo 3:22 - Porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda joias de prata, e joias de ouro, e vestes, as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios.

Exo 12:35 - Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios joias de prata, e joias de ouro, e roupas.

Can 7:1 - QUÃO formosos são os teus pés nos sapatos,ó filha do príncipe!Os contornos de tuas coxas são como jóias,trabalhadas por mãos de artista.

Isa 49:18 - Levanta os teus olhos ao redor, e olha; todos estes que se ajuntam vêm a ti; vivo eu, diz o Senhor, que de todos estes te vestirás, como de um ornamento, e te cingirás deles como noiva

Isa 54:11 - Tu, oprimida, arrojada com a tormenta e desconsolada, eis que eu assentarei as tuas pedras com todo o ornamento, e te fundarei sobre as safiras.

Isa 61:10 - Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias.

Eze 7:20 - E a glória do seu ornamento ele a pôs em magnificência, mas eles fizeram nela imagens das suas abominações e coisas detestáveis; por isso eu lha tenho feito coisa imunda.

Ose 2:13 - Castigá-la-ei pelos dias dos Baalins, nos quais lhes queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas joias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim se esqueceu, diz o Senhor.

O que a Bíblia fala sobre as jóias no NT?

1 Pe 3.3-6
3 O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos;
4
Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.
5
Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos;
6
Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto.

1 Tim 2.9-10
9 Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,
10
Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.

Os apóstolos Pedro e Paulo estão aqui dizendo que a beleza da mulher deve ser no interior como prioridade. Este não é um mandamento contra as jóias, afinal se acreditarmos que este texto proíbe o uso de jóias teremos então que ensinar que as mulheres não devem pentear os seus cabelos (1 Pe 3.3, frisar = encrespar-se; pentear-se, fazendo riços no cabelo. Ver também Isa 3.24)

"Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus"
Com se adornavam as santas mulheres de Deus? Basta ler as referências no AT para descobrir.

Considerações finais

Não podemos nos esquecer de que somos pessoas diferentes, pois temos em nós o Espírito de Deus e somos o seu templo (1Co 3:16-17; 1Co 6:19; 2Co 6:16).

Como cristão devemos nos preocupar em não causar escândalos e ser moderados em tudo (Rom 12:3; Rom 14:13; 2Co 6:3; 1Co 8:9; 1Co 10:32; 2Ti 1:7; Fp 4.5; 1Jo 2:10).

O que a Bíblia diz que é errado, assim devemos considerar e não praticar, e aquilo que a Bíblia não condena, temos a liberdade de usufruir com sabedoria, considerando qualquer coisa que venha enfraquecer a fé de outros irmãos mais fracos deve ser renunciada por amor ao próximo (Rom 15:1; 1Co 8:9).

Luis Paulo Silva- Membro da Igreja Assembéia de Deus