USOS E COSTUMES: IMPOR OU NÃO IMPOR LIMITES?


Uma das questões mais controversas, pelo menos no meio assembleiano, são os usos e costumes (leia USOS E COSTUMES: QUESTÕES ASSEMBLEIANAS CONTEMPORÂNEAS). Acontece que entre igrejas batistas, presbiterianas e demais denominações, a discussão também está presente.

Outro dia, estava com alguns amigos presbíteros presbiterianos, e os mesmo falavam sobre um problema que estava acontecendo na igreja, onde um jovem resolveu usar brincos. Em outros lugares se discute sobre tatuagens, estilos de roupas, tipos e modelos de jóias que se deve ou não usar, uso de barba, bigode etc.

A prática pastoral nos revela que essa discussão nunca acabará. Sempre que algumas reivindicações e mudanças acontecerem, outras surgirão.

Visto que a Bíblia não impõem um modelo padrão para os usos e costumes cristãos, pois trata da questão sempre em seu contexto histórico-cultural, deixando apenas princípios para serem observados, cabe a seguinte pergunta: Os limites impostos (ou sugeridos) pelas lideranças ou pela cultura coletiva das igrejas são válidos? Devem ser observados? Em caso da não observação dos mesmos, esgostadas todas as tentativas de diálogo, deverá haver aplicação de disciplina? Até onde a liberdade cristã é permitida ou reprimida?

Sou favorável a imposição de limites dentro dos parâmetros e dos princípios bíblicos e cristãos , como sou também favorável a aplicação de disciplina nos casos extremos.

Todos nós precisamos de limites. Deus estabelece limites, o Estado, as empresas, as organizações públicas e privadas, as associações, a família etc. Qualquer relação entre pessoas precisa de limites claros. A falta de limites gera o caos, a desordem, o abuso.

Nossa natureza carnal não aceita limites, ela é transgressora, insaciável.

A Bíblia é clara que não devemos utilizar nossa liberdade cristã para dar ocasião à carne.

Entendo que nunca haverá consenso e unanimidade quando o assunto é
usos e costumes na igreja, mas, tendo como parâmetros os princípios bíblicos da boa conduta, comportamento e convivência, a posição e o entendimento da maioria (liderança, membros e congregados) deve prevalecer;

"Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão. [...] E toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios. Depois que eles terminaram, falou Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas palavras: [...]." (At 15.6, 12, 13) "Então, pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens notáveis entre os irmãos, [...]." (Atos 15.22) "Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais:" (At 15.28)

Um fato, é que na maioria das vezes os membros e congregados não participam das discussões. Percebam que até na escolha de um apóstolo a congregação participava;

"Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembléia de umas cento e vinte pessoas) e disse: [...]. É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo otempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se tornetestemunha conosco da sua ressurreição. Então, propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. [...] E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos. (At 1.15, 21-26)

O fato é que os "irmãos", em muitos lugares, vivem num regime de talibã, ditatorial, opressor, onde as decisões são impostas pelo clero (ou por seu sumo-pontífice), os questionamentos são vistos como atitudes rebeldes, e a mínima desobediência é punida com um "apedrejamento de palavras e ações exemplares". Não participam das decisões, nem de assembléias.

Tal atitude é tão insana quanto a de querer mudar os padrões de usos e costumes (onde ainda existem) sem nenhum objetivo relevante. É o mudar pelo mudar. É o egoísmo pessoal em detrimento do bem comunal. A libertinagem camuflada de liberdade cristã.

Sei que este tema para muitos não é relevante, principalmente para quem não sofre com isto, ou faz parte de um grupo opressor.

Em meio a toda essa discussão, a grande questão é: a mudança de hábitos, usos e costumes vai melhorar e aumentar nossa comunhão com Deus e com os irmãos? Nos tornará crentes mais envolvidos com a obra de Deus? Glorificará o nome do Senhor?

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." (1 Co 10.31)

ARTIGO EXTRAIDO DO BLOG PR. ALTAIR GERMANO

2 comentários:

  1. Nobre irmão Luiz Paulo, a paz do Senhor!

    Parabéns pela iniciativa é muito bom ver em um só lugar bons textos, que são contribuições de nossos irmãos blogueiros para edificação da igreja na blogosfera!

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  2. A Paz do Senhor Marcelo!

    Obrigado pelo incentivo, conto com a sua contribuição.

    Um abraço!

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